Kurt Cobain, líder da banda Nirvana, deixou um legado significativo não apenas na música, mas também na moda, com seu estilo antifashion que ainda ressoa hoje, 30 anos após sua morte. Cobain foi uma figura chave no movimento grunge, que começou como um estilo de vida de baixo custo nas frias e chuvosas cidades do noroeste nos EUA, e que mais tarde capturou a imaginação dos jovens descontentes ao redor do mundo.

Esse estilo foi caracterizado pela mistura de roupas de brechó, como cardigãs grandes, camisas listradas, estampas de leopardo e óculos de sol grandes de plástico, que expressavam uma rejeição às convenções de moda tradicionais e um apelo à autenticidade.

O movimento também teve um impacto considerável nas passarelas, com designers como Christian Francis Roth, Marc Jacobs para Perry Ellis e Anna Sui introduzindo coleções inspiradas no grunge no início dos anos 1990. Apesar das críticas iniciais e da falta de entendimento comercial, essas coleções acabaram por influenciar as silhuetas e o estilo de composição das roupas, incentivando experimentações com estampas e formas que antes não eram comuns.

A estética grunge era mais do que apenas moda; era uma expressão de rebeldia contra o status quo, similar ao movimento punk, mas com uma abordagem mais mundana e acessível, facilitando sua adoção. O grunge permitiu que misturas inusitadas de padrões de roupas diurnas e noturnas, bem como de roupas masculinas e femininas, se tornassem mais comuns, uma tendência que continua a reverberar até hoje.

Fonte: Financial Times