O setor calçadista do Brasil está demonstrando sinais de recuperação após a criação de mais de 5 mil empregos no primeiro bimestre deste ano, conforme divulgado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).

Em fevereiro, o setor gerou 3,4 mil novas vagas, elevando o total de empregos no setor para 285,25 mil. Apesar do aumento, o número de postos de trabalho ainda é 6,8% menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior.

Haroldo Ferreira, presidente-executivo da Abicalçados, reconhece o avanço como uma recuperação modesta, enfatizando que, apesar dos esforços recentes, o setor ainda não alcançou os níveis de desempenho de anos anteriores.

Por exemplo, no primeiro bimestre de 2022, foram criadas 13 mil vagas, um número significativamente maior do que o atual. A competição com produtos importados, exacerbada pela isenção de impostos para remessas internacionais de até US$ 50, é apontada como uma das principais dificuldades enfrentadas pelo setor.

A política de desoneração da folha de pagamento, vigente desde 2011, surgiu como uma medida para aliviar o peso sobre as empresas, permitindo-lhes substituir a contribuição previdenciária de 20% sobre os salários por uma alíquota sobre a receita bruta, variando de 1% a 4,5%.

No caso do setor calçadista, essa alíquota é de 1,5%. A renovação dessa política, aprovada duas vezes pelo Congresso Nacional, encontra-se novamente em debate, desta vez por meio de um Projeto de Lei (PL) do Governo Federal, que tramita em regime de urgência.

Ferreira destaca a importância da segurança para o planejamento empresarial e para a retomada das atividades, apelando para que o setor receba o suporte necessário para superar os desafios atuais e avançar em direção à recuperação plena.

Fonte: Fashion Network